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11-08-2006

Floribella: Telenovela de sonho ou o pesadelo dos realistas?


Opinião

Como encarar um fenómeno de sucesso? A sucessão de episódios do guião da telenovela sensação da SIC, tem demonstrado alguma polémica pela forma e pelo conteúdo. Conhecendo o guião que, demonstrado tem personificado o sonho do ser humano e a sua realização, lancemos-lhe o olhar, como algo de realizável nas maispequenas coisas.

A redundância constrói-se por este motivo na revelação do popular e acessível. Uma grande vantagem desta redundância prende-se com a necessidade dos codificadores sejam eles artistas, pregadores ou políticos estarem virados para o seu público. Preocupam-se em comunicar. Os que não o fazem estão mais preocupados com o assunto ou com a forma. A eficácia da comunicação torna-se maior sempre que a mensagem for redundante. “Os psicólogos falam em impulso do ego, uma necessidade de fazer com que a nossa presença seja notada, reconhecida ou aceite”. Nada de novo aqui, pois foi semelhante a mensagem do apoio à equipa portuguesa no Mundial de Futebol na Alemanha ainda este ano. A simplicidade da mensagem expressou-se na “bandeira mais bela do mundo”. O código utilizado na construção da bandeira revelou a eficácia da própria mensagem. Toda a gente percebeu! A telenovela Floribella divulga uma profunda semelhança com a intenção da própria mensagem. Não me parece que, numa perspectiva mais realista, isto possa escapar ao bom senso de um público que espera cem episódios com interesse acumulado para ver um beijo que custa pouco à cultura portuguesa. Não me parece exagerado nem descabido que assim seja, pois os brasileiros são mais paradigmáticos no uso e abuso do beijo. Será que o sucesso se convencionou pela materialização de um sonho de criança? Será que o sonho de criança edifica o futuro? Será que nada disto revela sucesso e demonstra a degradação de todos os princípios inculcados na mentalidade? Talvez represente um rompimento com modelos tradicionais de construção da cultura portuguesa que chocam os mais eruditos. Afinal novelas são novelas! Não estão nas preferências dos mais eruditos. Não vão de encontro a problemas maiores da humanidade mas a felicidade é coisa simples para quem é simples. A cultura e a mentalidade portuguesas precisam de ser sacudidas pois o público exige maior qualidade na percepção das mensagens dos programas de televisão. Os grupos e sub grupos criados à volta das novelas tem mudado em grande parte as mentalidades “ferrugentas” e “conservadoras”. Os símbolos para crianças, adolescentes e adultos (idade avançada ou não) têm sido construídos à base da cor, do design, de códigos estéticos, da leveza de signos e discurso carregado de metonímias (Jakobson) e sintagmas (Hawkes). Este é o passo para a construção do mito. O mito gera efeitos de imitação e são uma referência de cultura nos seus mais diversos grupos colocando-se ao nível das referências mundiais. Um marco de edificação da identidade de um país que apagado pelo medo da crítica começa a conceber a mudança de valores e o desenho de uma sociedade mais criativa e estimulada.

Floribella é o tempo do sonho, que nunca deveria faltar a qualquer criança, adolescente ou adulto. É caso para dizer: “Não temos nada, mas temos...temos tudo! Somos ricos em sonhos, mas pobres?pobres em ouro?” Amanhã teremos consciência que a televisão é a comunicação por excelência deste facto, e que nós recebemos o que quisermos.

Pedro F Patricio


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